Dízimo de Urgezes
"Um amigo cónego legara em seu testamento aos rapazes coreiros uma renda, constante de certa medida de castanhas e maçãs, imposta numa quinta de Santo Estevão de Urgeses. Os coreiros indo ali todos os anos no dia de S. Nicolau receber a renda, vinham depois a cavalo e em hábitos corais oferecer da mesma às pessoas mais gradas da terra." Jornal "O Vimarenense", 12 de Dezembro de 1886.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
domingo, 18 de novembro de 2012
AUTO DO DÍZIMO DE URGEZES
CLUBE DE
TEATRO APRESENTOU AUTO DO DÍZIMO DE URGEZES
Centenário
da República e os 150 anos do nascimento da Senhora Aninhas evocados na
tradição
A homenagem
à Senhora Aninhas, mãe dos estudantes, nos 150 anos do seu nascimento foi a
temática central do “Auto do Dízimo de
Urgezes” deste ano, efeméride a que seria acrescentada o centenário da
República. Dois em um, que recriou a loja da Senhora Aninhas (num cenário bem
concebido pelo Clube das Artes) e nos transportou ao ano da república e do
cometa Halley, em 1910, durante uma ceia animada de pica no chão (moina ou
enfarta-burros na gíria nicolina), supostamente destinado à degustação
vampiresca do animal e do seu sangue e ao ensaio do Pregão Nicolino.
Uma cena
habitual nesses tempos, como o próprio folheto do “espectáculo” recordava,
transcrevendo uma passagem do pregão de 1942:
Guardava e cozinhava
um furto de galinhas
Com infinda paciência,
a boa Ser’Aninhas
E às noites – quanta vez – se o bando reunia
À volta da lareira – ó
ceia consolada!-
Espírito e chalaça – a
guitarra gemia
Nas mãos do Zé Roriz,
até de madrugada …
Era assim, era assim …
E como tudo passa!
Sabia-se viver com
arte e graça!
Quanto à
peça propriamente dita, representada pelo Clube de Teatro, orientado pela
docente Anabela Silva e formado maioritariamente pelos alunos do 9º. A, todos
capricharam nas interpretações, com especial destaque para a Senhora Aninhas
(Patrícia Moura), e os estudantes
José Pedro Carvalho e Rui Miguel
Melo, bem acompanhados pelo coral do 6º. ano, que sob a batuta (melhor dizendo
o piano)da professora de Educação Musical Gabriela Caldelas, entoaram e cantaram os hinos de S. Nicolau e
de Guimarães.
E como da
ceia nem cheiro a frango, nem tão-pouco umas simples moletes, à moda da Senhora Aninhas, foi concedida a
palavra o pregoeiro Manuel Silva (Tiago Lemos) que deitando faladura,
declamaria, em tom de ensaio, alguns
excertos do pregão de 1910:
Tende tudo a morrer de dia para dia
Tal como aconteceu à velha monarquia
Que aqui tivera o Berço, em tempos já remotos
E depois de assistir a guerras, terramotos
Se lutas sociais – a inesperada sorte
Arrebatadamente, a fez cair de morte!
(…)
Intrépidos heróis! Perante vós me inclino;
Salvasteis Portugal, abrindo-lhes um destino
De Liberdade, Amor, de Paz e de Justiça
Hoje podeis juncar a gloriosa liça
Com ramos d’oliveira e coroa de louro,
Pondo o 5 d’Outubro em grandes letras
d’ouro!
Depois,
a evocação do passado deu lugar ao presente e aos nicolinos
de hoje.
Deste modo, em tom satírico q.b. , irreverência comedida e sem censura prévia visível, perante algum
vernáculo de circunstância e calão
vicentino, o Auto do Dízimo 2010
libertar-se-ia em mais de cinco centenas de quadras, tal e qual como havia sido
proferido em 4 de Dezembro, na sede da Junta de Freguesia de Urgezes:
Que
dizeis da nação Uma
aventura na escola
Desta
nova legislatura? Novo
Estatuto d’Aluno …
Em matéria d’ educação Antes
queríamos a bola
Só mudou a criatura E um feriado
opotuno
Estais
agora sob alçada E
como vão os docentes
E com
toques de ternura Vossos
profes estimados?
Mas quase não mudou nada Coitados,
andam doentes
Nesta nova aventura … Foram
todos congelados …
Para o ano
poderá haver mais …
sábado, 10 de novembro de 2012
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